domingo, 23 de julho de 2017

Não sei exatamente ao certo o que nos guia pela vida, quais os elos entre passado, presente e futuro, mas vejo definitivamente tudo se repetir, sem a menor pretensão de mudar. A solidão que me bate a porta todo dia, não importando quantas pessoas tenham do outro lado da porta, da cama, é massacrante e me arranca todo dia de um poço de ilusões e planos, me trazendo pro mundo real. Mundo real é o mundo em que projetamos um milhão de ideias, advindas do coração e lapidadas para parecer possível nele, parecer concreto. Tudo vindo do coração é não mais que loucura, genotipicamente embriaguez, e em contato com outras pessoas e a realidade, leva um choque térmico, mudando drasticamente sua essência. Ora, nada poderia viver tanto tempo fora da lucidez, então é uma mudança necessária pra tramitar por essas dimensões. O problema é que ela gosta de ir e vir, e a cada viagem libera uma energia, como o elétron em um salto quântico. Essa energia acaba embriagando o ser também, fazendo-o crer na possibilidade de viver com as ideias igualmente embriagadas do peito.

Viajando um pouco e parando para formular uma frase medíocre que resuma tudo isso, eu diria que na real, real mesmo mesmo, nada muda. E isso é importante pra mim, por ser a constatação de uma sentença proferida dias antes.